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2012 - Livro Vermelho 2013

Griffinia gardneriana (Herb.) Ravenna EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 09-04-2012

Criterio: B2ab(iii,v)

Avaliador: Maria Marta V. de Moraes

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécieocorre nas regiões Nordeste e Sudeste, e possui uma AOO de 32 km². Além disso, está sujeita a duas situações de ameaça.Encontrada em vegetação xerófita, sua principal ameaça é a perda e degradaçãode habitat. A Caatinga perdeu de 30 e 50% de sua área para aagricultura, abertura de estradas, a retirada de madeira para lenha e carvão. Por sua vez, as áreas de Restinga estão ameaçadas pelo crescimento demográfico e pela especulaçãoimobiliária. A espécie é odorífera e ornamental e está protegida em uma única unidade de conservação (SNUC), o Parque Nacional do Catimbau, no Estado de Pernambuco.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Griffinia gardneriana (Herb.) Ravenna;

Família: Amaryllidaceae

Sinônimos:

  • > Hyline gardneriana ;
  • > Hyline itaobina ;
  • > Hyline paraensis ;
  • > Hyline worsleyi ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita originalmente na obra Plant Life 25: 63. 1969, a espécie é caracterizada por bulbos obovados a oblatos; compõe o subgênero Hyline juntamente com G. nocturna, da qual difere-se principalmente pelo comprimento do hipanto (Alves-Araujo et al., 2009). Os grãos de pólen de G. gardneriana são muito semelhantes aos de Crinum americanum L. (Alves-Araujo et al., 2007).

Potêncial valor econômico

Ornamental.

Distribuição

A espécie não possui dados a respeito de endemismo no Brasil (Dutilh; Oliveira, 2012). Porém Dutilh (com. pess.) considera a espécie como endêmica do país. Foi registrada aqui nos Estados do Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia e Minas Gerais (Dutilh; Oliveira, 2012). A espécie foi recentemente encontrada nas Restingas de Búzios e Cabo Frio (RJ), porém o material ainda não foi devidamente estudado e sua coleção não foi disponibilizada (Dutilh, com. pess.). Alves-Araujo et al. (2009) indicam ainda a ocorrência deste táxon no Maranhão e Rio Grande do Norte.

Ecologia

Planta herbácea, terrícola, deciduífolia (Alves-Araujo et al., 2009), ocorrendo em Caatinga stricto sensu, em formações vegetais tipicamente xerófitos, predominantemente na forma de florestas baixas, sazonalmente secas (Dutilh; Oliveira, 2012). Espécie típica de caatingas arenosas, ocorrendo ainda em áreas abertas ou sob arbustos em solos bem drenados (Alves-Araujo et al., 2009), associados ao domínio fitogeográfico da Caatinga (Dutilh; Oliveira, 2012). Recentemente coletada em Restingas de Búzios e Arraial do Cabo (RJ) (Dutilh, com. pess.). Foi registrada com flores entre os meses de dezembro e março (Alves-Araujo et al., 2009). Em cultivo, a produção de bulbilhos laterais foi observada apenas sob condição de injúria do bulbo-mãe. Em condições de estresse hídrico, as plantas em cultivo florescem; possui flores odoríferas, com antese noturna quase concomitante na mesma inflorescência e duração de uma noite. (Alves-Araujo et al., 2009).

Ameaças

1.1 Agriculture
Incidência national
Severidade high
Detalhes A Caatinga, domínio fitogeográfico onde o táxon ocorre, é uma das maiores e mais distintas regiões brasileiras. Ela compreende uma área aproximada de 800.000 km², representando 70% da região nordeste e 11% do território nacional (Bucher, 1982 apud Castelleti et al., 2003). Utilizando somente as informações do IBGE (1993), estimou-se que a cobertura por atividades agrícolas na região é de 201.786 km². Esta área modificada se estende por praticamente toda a Caatinga. Adicionando a área de impacto das estradas à área estimada pelo IBGE e considerando a largura do impacto de antropização causado pelas estradas de 1 a 10 km, estima-se que as áreas alteradas da Caatinga variam de 223.100km² (30,38%) a 379.565 km² (51,68%). Independente da estimativa adotada, uma importante parcela da área da Caatinga foi bastante modificada pelas atividades humanas. Algumas dessas áreas, previamente ocupadas pela agricultura, possuem grande risco de desertificação, exigindo ações urgentes de restauração da vegetação original (Castelleti et al., 2003).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie consta no Anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA, 2008), sendo, portanto, considerada "Deficiente de dados" (DD). Foi considerada "Vulnerável" (VU) sob os critérios B2ab(iii) em avaliação de risco de extinção empreendida pela Fundação Biodiversitas (Biodiversitas, 2005).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie possui registro no Parque Nacional do Catimbau (Alves-Araujo et al., 2009).

Usos

Referências

- ALVES-ARAUJO, A., DUTILH, J.H.A.; ALVES, M. AMARYLLIDACEAE S.S.E ALLIACEAE S.S. NO NORDESTE BRASILEIRO. Rodriguésia, 2009.

- DUTILH, J.H.A.; OLIVEIRA, R.S. Amaryllidaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB015454>.

- ALVES-ARAUJO, A., SANTOS, F.A.R.; ALVES, M. Caracterização palinológica de espécies de Amaryllidaceae sensu stricto ocorrentes no nordeste brasileiro. Acta bot. bras., v. 4, p. 967-976, 2007.

- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da Lista da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- CASTELETTI, C.H.M.; SILVA, J.M.C.; TABARELLI, M. ET AL. Quanto Ainda Resta da Caatinga? Uma estimativa preliminar. In: SILVA, J.M.C.; TABARELLI, M.; FONSECA, M.T. ET AL. Biodiversidade da caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. 2003.

- DUTILH, J.H.A. Comunicação da especialista Julie H. A. Dutilh, do Departamento de Botânica da Universidade Estadual de Campinas, para o analista Eduardo Fernandez, pesquisador do CNCFlora, São Paulo, SP, 2012.

- IBGE (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATíSTICA). Mapa de vegetação do Brasil, Rio de Janeiro, RJ, 1993.

Como citar

CNCFlora. Griffinia gardneriana in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Griffinia gardneriana>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 09/04/2012 - 14:39:29